terça-feira, 23 de abril de 2013

Executivos usam o esporte para dar um salto na carreira


Pesquisa aponta interesse de empresários em usar o tempo extra para cuidar da saúde

Há poucas semanas, a advogada Renata Gouveia decidiu arranjar um espacinho na agenda atribulada para a prática de atividades físicas e optou pela corrida em grupo. Mas não entrou para uma equipe qualquer. Formada por executivos do mercado financeiro e por empresários que querem melhorar não apenas o condicionamento físico mas também cuidar da saúde dos negócios, a ideia é que o esporte alie lazer e networking.
“Eu já queria fazer corrida e, em São Paulo, tem grupo de todos os tipos. No entanto, este permite que eu tenha contato com profissionais de outras áreas e de outras empresas”, diz a sócia do escritório Gouveia Zakka. Renata conta ainda que já foi contatada por colegas da equipe de corrida que precisavam de consultas jurídicas. “Ainda não viraram clientes, mas é o primeiro passo”, diz.
De acordo com pesquisa realizada pela Hibou, que faz monitoramento de mercado e consumo, 71% dos 389 entrevistados consultados acham positiva a prática de exercício físico aliada ao perfil profissional. Deste total, 13% acreditam que desta forma podem fazer novos contatos de trabalho e veem afinidade nos assuntos, além de destacarem a facilidade de entrosamento.
Wikimedia Commons/Josiah Mackenzie
Corrida foi a atividade escolhida pela advogada Renata Gouveia
Apenas 3% dos executivos ouvidos consideram inadequada essa prática — uns dizem que preferem se desligar totalmente do ambiente profissional quando fazem atividades físicas, enquanto outros afirmam que não se sentem confortáveis em misturar as duas coisas.
No caso do escritório Gouveia Zakka, não é apenas a sócia que integrou a equipe de corrida: os funcionários também entraram para o grupo. “Fizemos o pacote corporativo e os benefícios são vários. Além de ser mais barato do que se cada um pagasse individualmente pela atividade, o retorno é muito positivo.
As pessoas estão mais estimuladas e o esporte permitiu que ficassem mais unidas”, conta. “Além disso, tem uma sensação de dever cumprido toda vez que venço a preguiça e vou correr. Não só pelos benefícios com a saúde mas também por causa do lado profissional”, destaca.
Já Luciano Montenegro de Menezes teve uma oportunidade na carreira por causa do esporte. No ano seguinte aos atentados de 11 de setembro de 2001, o então executivo da Câmara Americana de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham) organizou uma corrida em homenagem aos mortos na tragédia. O circuito passava pelo complexo do World Trade Center (WTC), em São Paulo, e foi na ocasião que conheceu o vice-presidente do grupo.
“Dez anos depois, fui convidado a asumir a presidência do empreendimento”, conta. “Correr permite um laço muito maior do que uma simples troca de cartões em coquetéis. Corro com executivos de bancos e empresários”, acrescenta.
Foi durante um dos treinos que o executivo percebeu que deveria dedicar mais atenção ao Facebook. “Pratico corrida com um dos diretores da rede social e ele me deu umas dicas. Com isso, conseguimos aumentar em dez vezes o número de fãs do shopping D&D.”
Reinaldo Passadori, do Instituto que leva o seu sobrenome, alerta, no entanto, para a postura do profissional nesses momentos de lazer. “Muitas vezes, as pessoas extrapolam, esquecem que representam uma empresa”, alerta. “Em festas, evite beber muito, porque isso pode fazer com que fale além do que deveria. Em caso de viagens corporativas, não se atrase para os compromissos e não fale mal dos colegas e da empresa”.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Gafes na academia: veja os 10 erros mais cometidos

Gafes na academia: veja os 10 erros mais cometidos title=

A academia já não é mais só um lugar para malhar. Pesquisas revelam que as salas de musculação são ótimos lugares para conhecer pessoas novas e paquerar. E todos nós conhecemos pelo menos uma pessoa que passa horas na academia papeando, mas malhar que é bom, nada. Essa inversão de valores faz com que pessoas se matriculem nas academias só para “fazer social” e que alunos com objetivos reais de saúde sejam, muitas vezes, prejudicados.
Veja quais são as 10 principais gafes cometidas nas academias e fique atenta para não cometer nenhuma.
1.       Puxar papo com quem está treinando
Este hábito é inconveniente porque, além de tirar a concentração da pessoa que está malhando – o que é importantíssimo para obter bons resultados e evitar lesões –, você pode atrapalhar a contagem das repetições, obrigando-a começar tudo de novo e prejudicando seu treino. Espere até que ela termine a série para conversar e lembre-se que o intervalo entre uma repetição e outra deve durar cerca de 40 segundos, portanto respeite este limite. A dica também vale para pessoas que estão de fones de ouvido: a menos que você as conheça bem ou que precise fazer alguma pergunta, evite incomodá-las.
Crédito: Shutterstock
2.       Tirar fotos no espelho
A prática é mais do que comum nas academias. No entanto, é preciso muito cuidado para não acabar incluindo na foto alguém que não quer se expor – afinal, rosto suado + caretas é uma combinação que acaba com a imagem de qualquer um. Preste atenção para focalizar somente em você na foto.
3.       Deixar colchonetes e bancos suados
Todos nós suamos quando fazemos exercícios, é normal. Porém, ninguém é obrigado a deitar sobre o seu suor quando for utilizar o colchonete. Exatamente por isso, as academias deixam à mão álcool e panos de flanela para higienizar bancos e estofados. Lembre-se de sempre fazer isso assim que terminar de usar cada aparelho. Para facilitar a limpeza, carregue sempre uma toalhinha para forrar os encostos.
4.       Não retornar pesos e acessórios ao lugar devido
Após utilizar cada máquina, devolva os pesinhos ao local onde estavam guardados. Nem todo mundo tem o mesmo preparo físico que você, e as pessoas podem se machucar ao tentar carregar os pesos que você esqueceu no aparelho. Além do mais, ninguém – seja aluno ou professor – é obrigado a organizar algo que você tirou do lugar: cada um deve fazer sua parte.
5.       Exagerar no perfume ou creme hidratante
Quando suamos, o cheiro destes produtos é potencializado, o que pode não agradar a todos. Além disso, algumas pessoas podem passar mal pelo odor forte ou pela combinação de perfume com cheiro de suor, que não é nada agradável. Prefira o bom e velho desodorante anti-transpirante. Alguns são feitos exclusivamente para a realização de atividades físicas.
6.       Comportamentos exibicionistas
Olhar-se no espelho toda hora, contrair algum músculo e ficar observando, levantar a camiseta para mostrar o físico, dar berros ao puxar peso para demonstrar esforço, colocar mais peso no aparelho do que você aguenta só para impressionar alguém, entre outras, são atitudes de pessoas narcisistas que acabam virando alvo de piada. Não queira se exibir, apenas foque no seu objetivo.
Crédito: Shutterstock
7.       Usar acessórios em excesso
Esta não é uma gafe propriamente dita, mas o uso exagerado de anéis, pulseiras ou brincos muito grandes pode prejudicar seu desempenho, já que há o risco de enroscar estes acessórios nos aparelhos. Os anéis, por exemplo, podem causar machucados nos dedos na hora de levantar peso, e o mix de pulseiras pode acabar produzindo um barulho chatinho na hora de fazer movimentos repetidos.
8.       Usar maquiagem carregada
Esta é uma das gafes mais comuns. Algumas mulheres não saem de casa sem produção de jeito nenhum. Outras, sabendo que a academia é um ótimo lugar para paquerar, preferem estar sempre muito bem apresentáveis. Mas passar maquiagem demais é um tiro no pé, porque, ainda que seja à prova d’água, ela vai acabar escorrendo após uma aula de aeróbio ou quando você enxugar o rosto com a toalhinha. Há também a questão de saúde da pele, já que a make dificulta a eliminação do suor e pode deixar a pele oleosa. Além disso, uma pesquisa recente mostrou que mulheres que passam muita maquiagem para ir à academia acabam se esforçando menos para evitar estragos no visual e gastam menos calorias.
9.       “Secar” homens e mulheres enquanto eles malham
Isso pode causar um baita constrangimento na sala de musculação. Evite olhar fixamente para alguém que está fazendo um exercício. Além de passar por tarada (ou recalcada), você pode desconcentrar a pessoa e deixá-la envergonhada.
10.       “Roubar” o equipamento do outro
Claro que é impossível prestar atenção em quem está usando cada aparelho a todo o momento. Mas, antes de sair trocando o peso e se sentando na máquina, procure observar se há alguém parado perto dela, ou então espere alguns segundos para ver se alguém aparece. Se o professor estiver por perto, vale perguntar se ele sabe se a máquina está desocupada. Caso não esteja, é só pedir para revezar. E lembre-se: se negar a dividir o aparelho com alguém também é uma gafe.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Academia para adolescentes traz diversos benefícios aos jovens

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A musculação deixou de ser vista como inimiga da saúde dos jovens para se tornar uma aliada do crescimento. Ela protege até contra o diabete e outros males que ameaçam a rapaziada nos dias de hoje. 



De décadas atrás para cá, dois paradigmas com relação aos adolescentes foram quebrados. O primeiro é o de que problemas como diabete tipo 2, colesterol alto e hipertensão quase nunca atormentariam meninos e meninas. O segundo é o de que essa população não deveria nem pensar em levantar peso. "Hoje, muitos jovens obesos e sedentários chegam ao consultório com sinais dessas doenças", diz Maurício de Souza Lima, hebiatra do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Uma das alternativas para evitálas ou ao menos controlá-las é justamente os enviar à academia", sentencia.

Um estudo da Universidade de Granada, na Espanha, confirma o efeito benéfico dos exercícios de força na prevenção do diabete. Após avaliar 1 053 voluntários entre 12 e 18 anos, os cientistas descobriram que músculos bem condicionados facilitam o trabalho da insulina, a responsável por tirar açúcar da circulação e colocá-lo dentro das células. Já braços e pernas fracos não raro vêm acompanhados de certo grau de resistência ao hormônio, indicativo de que a enfermidade está à espreita. "A massa muscular consome bastante combustível. Isso, fora diminuir as taxas de glicose, melhora a ação da insulina", explica o educador físico David Jiménez Pavón, autor do artigo.

Em outro levantamento, o mesmo especialista revelou que bíceps, tríceps e companhia em forma estão associados a um bom funcionamento da leptina no corpo da garotada. "Essa substância regula o apetite. Portanto, ao menos em teoria, os treinos de força podem ajudar adolescentes a não comer além da conta", arremata Jiménez Pavón. Uma vantagem muito bem-vinda, principalmente quando se considera que, segundo a mais recente pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, 47% dos brasileiros entre os 12 e os 18 anos sofrem com sobrepeso.

A malhação já foi acusada de deixar a molecada baixinha. E isso até acontece, mas não por causa dos movimentos em si, e sim devido a uma intensidade elevada demais. "O excesso de carga, não importa o tipo de atividade, causa microtraumas nos ossos, o que pode interromper o crescimento ou provocar deformações", avisa Vinícius de Mathias Martins, ortopedista do Hospital São Luiz, na capital paulista. "Sem contar que um corpo ainda imaturo fica especialmente sujeito a lesões se submetido a atividades pesadas", completa Isabel Salles, fisiatra e coordenadora do Serviço de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Na contramão, quando supervisionada por educadores físicos qualificados, a musculação ajuda no desenvolvimento saudável dessa turma. Tanto que a Academia Americana de Pediatria atesta que inclusive pré-adolescentes - se gostarem da modalidade, estiverem amadurecendo sem problemas e forem avaliados por um médico - podem frequentar as salas de ginástica. "Isso não quer dizer que eles precisem levantar peso. O importante é não ficarem parados. Vale pular corda, jogar bola, escalar árvore...", ressalta Maurício de Souza Lima.

Os exercícios resistidos, na medida ideal, acarretam benesses para o esqueleto que se estendem à vida adulta. "Essas atividades aumentam a densidade óssea, diminuindo o risco de, no futuro, o indivíduo ter osteoporose", ensina Christiano Bertoldo Urtado, fisiologista da Unicamp. Isso sem falar que deixam a musculatura equilibrada, trazendo uma melhor coordenação e afastando as contusões.

Só fique de olho se o adolescente vai à academia pelas razões certas - ou seja, pelo bem-estar e por se divertir com outras pessoas. Dar muita atenção à estética, nessa fase, costuma terminar em exageros que, como você viu, não fazem nada bem. E, de quebra, contribui para disseminar o conceito errado de que a musculação sabota o desenvolvimento. Muito pelo contrário.

Fora da sala de ginástica

Existem jovens que não gostam das práticas oferecidas nas academias. Nesses casos, forçá-los a entrar nesse ambiente só trará um vínculo negativo com os exercícios. "Dá para fortalecer a musculatura com atividades específicas dentro do esporte favorito de cada um. Basta um bom orientador", garante Christiano Bertoldo Urtado, fisiologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista.

Crescimento firme e forte

Os exercícios de força auxiliam meninas e meninos a espichar

Efeito nos músculos

1. Cérebro treinado 
A musculação e outras atividades físicas estimulam na hipófise - estrutura no meio da massa cinzenta - a produção de GH, que é o hormônio do crescimento.

2. Uma viagem pelo corpo 
O GH, então, perambula pela circulação sanguínea até chegar ao fígado. Lá, manda esse orgão fabricar IGF, um hormônio que, entre outros destinos, vai aportar nos músculos.

3. Musculatura desenvolvida
O IGF, ao chegar a esse tecido, patrocina o crescimento de suas fibras. Além disso, novas células são criadas na região, deixando a musculatura mais comprida.

Efeito nos ossos

1. Esqueleto em obras 
O hormônio GH e o próprio trabalho dos músculos ativam os osteoblastos dentro do disco epifisário, uma espécie de cartilagem localizada no interior dos ossos longos dos jovens.

2. Construção do arcabouço 
Os osteoblastos, aí, calcificam aos poucos parte dessa cartilagem, aumentando o tamanho dos ossos no sentido longitudinal.