quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Novo estudo questiona: será que devemos substituir antidepressivos por exercícios físicos?



Um novo estudo sugere que os exercícios físicos são tão eficazes em aliviar os sintomas de problemas de saúde mental e transtornos de humor, como ansiedade, depressão e esquizofrenia, quanto os medicamentos tradicionais. Se confirmada, essa pode ser uma excelente notícia para pacientes que sofrem com este tipo de problema, uma vez que isso pode significar menos tempo em instalações psiquiátrica e menos probabilidade de dependência de medicamentos psicotrópicos. 

“A atitude geral da medicina é que você trata primeiro o problema primário, e o exercício nunca foi considerado uma opção de tratamento de vida ou morte. Agora que sabemos que é tão eficaz, pode se tornar tão fundamental quanto a intervenção farmacológica”, explica David Tomasi, professor da Universidade de Vermont, psicoterapeuta e terapeuta de grupo de psiquiatria de pacientes internados no Centro Médico da Universidade de Vermont e principal pesquisador do estudo, em comunicado à imprensa.

Médicos em hospitais psiquiátricos normalmente prescrevem primeiramente medicamentos psicotrópicos, em vez de remédios naturais, como exercícios físicos, para aliviar os sintomas como raiva, ansiedade e depressão. Profissionais confiam nas estruturas psicoterapêuticas e farmacológicas clássicas para tratar sintomas psiquiátricos, que eles monitoram para determinar quando um paciente está pronto para receber alta da instituição. O problema é que tais medicamentos perdem seu efeito com o tempo e passam a causar dependência, além de outros efeitos colaterais.

Corpo são, mente sã = exercícios

A nova pesquisa é um forte argumento para quem acredita que corpo e mente precisam ser tratados de maneira conjunta. Há um crescente reconhecimento dos problemas crônicos associados aos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS ou SSRI), medicamentos antidepressivos, e outras intervenções farmacológicas. A eficácia dos antidepressivos diminui com o tempo, deixando os pacientes viciados, tendo mais efeitos colaterais do que benefícios. 
Em texto publicado no site Big Think, o colunista Derek Beres, especialista em exercícios físicos, defende que “a divisão mente-corpo destruiu nossa compreensão de nossa natureza animal inerente”. Para ele, a noção de que há um processo etéreo dentro do funcionamento biológico de nossos corpos – o que chamamos de “alma” – resultou em uma dissociação severa entre o movimento físico e a psicologia. Passamos a acreditar que podemos tratar o cérebro separadamente do corpo.

5 controversos tratamentos de saúde mental“Humanos foram projetados para se mover. O bipedismo nos oferece sérias vantagens na capacidade pulmonar e nos sistemas de comunicação. Os humanos são geralmente fracos e lentos entre os mamíferos, mas a combinação de engenhosidade mental e destreza física nos deu uma vantagem competitiva, uma que exploramos de forma tão eficaz que, graças à nossa tecnologia, nos curvamos ao culto da mente enquanto abandonamos a realidade de nossos corpos”, defende.Beres vai além e critica a desconexão da natureza da vida moderna. “À medida que entramos em um mundo (…) no qual os jogadores de e-sports realmente se consideram atletas, essa desconexão se aprofunda. Como Robert McFarlane escreve em Marcos, a remoção de palavras baseadas na natureza de nossos dicionários para criar espaço para termos associados à tecnologia é outro prego no caixão de nossa relação com a natureza. Quando temos um vocabulário mais rico para os itens em uma tela do que para o que vemos quando levantamos nosso olhar, perdemos uma sensação do que formou a própria essência de quem somos”.

Resultados 

Tomasi, em colaboração com Sheri Gates e Emily Reyns, também da UVMMC, construiu uma academia exclusivamente para cerca de 100 pacientes na unidade de psiquiatria de internação do centro médico e conduziu e introduziu exercícios estruturados de 60 minutos e programas de educação nutricional em seus planos de tratamento. Os psicoterapeutas entrevistaram os pacientes sobre seu humor, autoestima e autoimagem antes e depois das sessões de exercício para avaliar os efeitos da atividade física sobre os sintomas psiquiátricos.

Os pacientes relataram níveis mais baixos de raiva, ansiedade e depressão, maior auto-estima e melhor humor geral. Incríveis 95% dos pacientes relataram melhora de humor após os exercícios, enquanto 63% relataram estar felizes ou muito felizes, em oposição aos neutros, tristes ou muito tristes, após os exercícios. Uma média de 91,8% dos pacientes também relataram que estavam satisfeitos com a maneira como seus corpos se sentiam depois de realizar os exercícios.

“O mais fantástico sobre estes resultados é que, se você está em um estado psicótico, você está de certa forma limitado com o que você pode fazer em termos de psicoterapia. É difícil receber uma mensagem através da terapia neste estado, enquanto que com o exercício, você pode usar seu corpo e não confiar apenas na inteligência emocional”, explica Tomasi.
“A prioridade é fornecer estratégias mais naturais para o tratamento de transtornos de humor, depressão e ansiedade. Na prática, esperamos que todas as instalações psiquiátricas incluam terapias integrativas – no nosso caso, o exercício em particular – como o principal recurso para o bem-estar psicofísico de seus pacientes”, defende. [Science DailyBig Think]


sexta-feira, 14 de junho de 2019

O importante é se mover! Conheça os 7 benefícios da hidroginástica para a saúde:
1. Doenças crônicas: os exercícios podem ajudar as pessoas com problemas como artrite, pois favorecem a melhor utilização das articulações afetadas.
2.Saúde mental: A hidroginástica pode melhorar o humor. A água morna pode diminuir o estresse, assim melhorando o humor e ainda reduzindo a possibilidade de depressão.
3. Suporte à flutuação: Um dos principais benefícios da hidroginástica é que os exercícios fornecem flutuabilidade e suporte para o seu corpo, assim evitando a possibilidade de lesões sobre músculos, ossos e articulações.
4. Aumento de resistência muscular: A hidroginástica pode agir sobre a região enfraquecida, contribuindo para que haja um melhor suporte para toda a massa muscular corporal.
5. Maior flexibilidade: O efeito da redução da força gravitacional enquanto estiver sob a água poderá conduzir a uma melhor flexibilidade do corpo. As articulações podem se mover de forma mais fácil através da ampla gama de movimentos realizados nas aulas.
6. Melhora o sistema cardiovascular: os exercícios revelam-se extremamente benéficos em termos de condicionamento cardiovascular.
7. Queima calorias: é muito eficaz para a perda de peso, pois praticar 1 hora pode reduzir de 450 a 700 calorias.

quarta-feira, 20 de março de 2019

De quantos dias de descanso entre os treinos eu realmente preciso?



Os músculos precisam de uma certa quantidade de descanso para ficarem fortes e hipertrofiarem. Enquanto algumas fontes sugerem que os músculos necessitam de 48 horas ou mais para se recuperar do exercício, outras mostram que pode não haver um tempo específico para esse descanso.
A busca pelo resultado a qualquer custo, independentemente de todas as limitações do corpo, às vezes prejudica muito nosso organismo. Na cabeça de muitas pessoas o descanso significa deixar de treinar e ter resultado, mas o certo é entendê-lo como parte do treinamento.
O excesso de treinamento desencadeia inúmeros problemas, incluindo redução do desempenho e lesões –aí, a pessoa que não quis ficar um dia sem treinar e descansar pode passar até meses sem fazer exercícios –, além de problemas cardiovasculares, imunológicos, alterações no sono etc.
O exercício é responsável por microlesões musculares, o que é responsável pelo processo de hipertrofia, e, consequentemente, liberação de íons de hidrogênio –responsável pela dor. Durante o descanso, os músculos têm o tempo devido para se recuperar, aumentando o número de células e também seu tamanho. E aí está o segredo. O seu processo de fortalecimento e força acontece como uma lição de casa. Depois da academia, você vai para casa descansar e sua musculatura e metabolismo estão lá fazendo todo o dever de casa.
Algumas pesquisas sugerem que, como a dor muscular pode atingir o pico dois dias após o exercício, um mínimo de 48 horas de descanso é ideal para permitir a recuperação e prevenir lesões –pelo menos entre os atletas competitivos estudados. Outros especialistas sugerem descansar até 72 horas entre os treinos, se você é um iniciante no exercício, enquanto alguns dizem que oito horas de sono são suficientes para seu corpo se recuperar.
Finalmente, uma metanálise determinou que, para um desenvolvimento de força ideal, um a dois dias de descanso entre as sessões pode ser ideal para iniciantes que treinam três dias por semana e praticantes experientes treinando dois dias por semana.
Vale lembrar que o descanso não significa ficar parado. O que estou falando é do descanso da musculatura trabalhada. Se você, por exemplo, treinou hoje pernas, amanhã não treinará pernas de novo, mas não ficará sem treinar, poderá treinar membros superiores ou os músculos não trabalhados.
Ainda assim, há outros fatores a serem considerados quando se trata de determinar o descanso adequado, como a idade, a frequência de treino, o tipo de treino, a intensidade do treino, a duração do treino, a ingestão alimentar etc.

Reforço que seus músculos não precisam de uma pausa total do movimento para se recuperar completamente. Um estudo descobriu que exercícios pós-treino de baixa intensidade –como nadar ou caminhar – podem auxiliar no relaxamento muscular, o que beneficia a recuperação. Recuperação não significa necessariamente sentar-se no sofá o dia todo! Ioga, pilates, corrida leve ou natação podem ser consideradas atividades de "dia de descanso", dependendo do seu nível de condicionamento físico.
Você também pode procurar tratamentos mais suaves para acelerar a recuperação, incluindo gelo, aquecimentos, alongamentos estáticos e massagem terapêutica. Além do mais, é imprescindível que preste atenção na nutrição pós-treino adequada.
Não há fórmula mágica para dias ótimos de descanso. Leve em consideração seu nível de condicionamento físico, intensidade, frequência e duração da atividade e procure sinais de que o corpo precisa de uma pausa, como dores musculares ou articulares crônicas e desempenho físico prejudicado. Certifique-se de reconhecer a diferença entre dor e uma possível lesão e, acima de tudo, não tenha medo de tirar um tempo para se recuperar e descansar. Em caso de dor crônica, procure um médico.
Referências:
– Burt DG, Twist C. The effects of exercise-induced muscle damage on cycling time-trial performance. Journal of Strength and Conditioning Research / National Strength & Conditioning Association, 2011, Dec.;25(8):1533-4287.
– Rhea MR, Alvar BA, Burkett LN. A meta-analysis to determine the dose response for strength development. Medicine and Science in Sports and Exercise, 2003, Jul.;35(3):0195-9131.
– Suzuki M, Umeda T, Nakaji S. Effect of incorporating low intensity exercise into the recovery period after a rugby match. British Journal of Sports Medicine, 2005, Feb.;38(4):1473-0480.
– Flann KL, LaStayo PC, McClain DA. Muscle damage and muscle remodeling: no pain, no ga in? The Journal of Experimental Biology, 2011, Jun.;214(Pt 4):1477-9145.
- – Tofas T, Jamurtas AZ, Fatouros I. Plyometric exercise increases serum indices of muscle damage and collagen breakdown. Journal of Strength and Conditioning Research / National Strength & Conditioning Association, 2008, Sep.;22(2):1533-4287.
– Urakawa S, Takamoto K, Nakamura T. Manual therapy ameliorates delayed-onset muscle soreness and alters muscle metabolites in rats. Physiological Reports, 2015, Feb.;3(2):2051-817X.
– Berardi JM, Price TB, Noreen EE. Postexercise muscle glycogen recovery enhanced with a carbohydrate-protein supplement. Medicine and Science in Sports and Exercise, 2006, Oct.;38(6):0195-9131.
– PHYSIOLOGIC RESPONSES AND LONG-TERM ADAPTATIONS TO EXERCISE.
Fonte: https://paolamachado.blogosfera.uol.com.br/2019/03/14/quantos-dias-de-descanso-entre-os-treinos-eu-realmente-preciso/